E o fim não existiu. Mas um novo começo é possível? Quando as expectativas nos norteiam de um ponto de vista nunca antes auspiciado, nos vemos diante de nossas velhas fraquezas que nos ronda. Faz nos sentir um misto de felicidade e tristeza quando mais um ano se finda. Muitos projetos ficaram inacabados, outros nem começaram. As metas e objetivos ora alcançadas podem não ter ficado a contento daqueles que esperavam um pouco mais.
Talvez o que nos faça humanos de verdade é saber que nossa imperfeição é que nos impulsiona a ir além. Além do horizonte onde outro mundo é possível. Um mundo em que nossos sonhos são realizados mas não sem sacrifícios. Lendo André Maurois em seu livro a Arte de Viver, o autor faz uma reflexão do paraíso um pouco diferente da que idealizamos. Segundo Maurois o paraíso há de ser um lugar de contínuo labutar. Pois a ociosidade não deve ser permitida nem no mundo onírico.
Há uma situação que evidencia nosso alto potencial de sermos o que ainda não somos. De buscarmos aquilo que ainda não estamos prontos a obter. Mais vale um conquista meritória do que um sucesso frágil e volúvel. Não obstante os desafios que a vida nos proporciona, pode ser apenas pequenas pontes que nos ligam ao mais inconstante dos mundos, quando nossa forma de agir e pensar não coincidem com nossos atos e palavras.
É pois necessário que tenhamos a certeza de que iremos alcançar aquilo que de fato desejamos quando não apenas o universo conspire a nosso favor, mas também quando nós criamos um ambiente propício para que prodígios aconteçam.