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domingo, 28 de junho de 2020

Cem dias de pandemia num cenário ainda incerto


Vivemos no país uma crise sem precedentes, especialmente nas áreas política, sanitária, da educação e cultura. Confinados numa quarentena que já dura cem dias, não se vislumbra ainda uma perspectiva de quando cessará essa situação. Segundo dados do Ministério da Saúde, há 1.313.667 casos confirmados e 57.662 óbitos.  Só em Mato Grosso do Sul 7.527 casos, com 75 óbitos.

Desde o princípio o presidente Jair Messias Bolsonaro subestimou a gravidade do Covid 19 chegando a afirmar em pronunciamento em cadeia nacional de televisão que se contraísse a doença, não passaria de uma gripezinha. Tem causado por diversas vezes aglomerações sem seguir as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS), como por exemplo, o uso de máscara. Aliás, isso é o de menos.

Estamos há 43 dias sem ministro da Saúde com a troca de dois titulares da pasta em plena pandemia por mera intransigência de Bolsonaro em querer impor a Cloroquina como tratamento para o  Coronavírus, que até então, não há nenhuma evidência científica que comprove a eficácia do medicamento, que pode provocar efeitos colaterais graves, como AVC, e até mesmo cegueira.

Cegueira que aliás é o que o governo atual vem tendo em não  apresentar um  plano nacional  estratégico de enfrentamento à pandemia, chegando ao ponto de  se eximir de responsabilidade, alegando que o STF (Supremo Tribunal Federal) determinou que estados e municípios tivessem autonomia para implementar as políticas publicas de enfrentamento ao Coronavírus, o que foi refutado pela Suprema Corte

O Governo Federal tem sim responsabilidade, não pode se esquivar de uma crise dessas. É urgente e necessário que tenhamos um novo ministro da Saúde comprometido com a causa, sem viés ideológico, e que seja uma indicação técnica e não política. O atual interino da pasta Eduardo Pazuello sequer é da área da saúde.

Claro, não só são os governos a terem responsabilidade, cada um deve se conscientizar e fazer  a sua parte, lavando as mãos de maneira adequada, usando máscara, evitando ao máximo sair de cair de casa, contribuindo assim com o distanciamento social e também se for o caso, denunciar aqueles que infringirem as regras determinadas pelo poder público.

Enquanto o novo normal não chega, porque sabemos que  o “nosso” normal talvez não venha mais ser uma constante em nossas vidas,  sonhemos com dias melhores, livre dessa doença que afetou a todos, acentuou as desigualdades, mas que pode nos deixar mais fortes e quem sabe, mais verdadeiramente humanos.

Crédito Foto: Josue Damacena