Vivemos no país uma crise sem
precedentes, especialmente nas áreas política, sanitária, da educação e
cultura. Confinados numa quarentena que já dura cem dias, não se vislumbra
ainda uma perspectiva de quando cessará essa situação. Segundo dados do
Ministério da Saúde, há 1.313.667 casos confirmados e 57.662 óbitos. Só em Mato Grosso do Sul 7.527 casos, com 75
óbitos.
Desde o princípio o presidente Jair Messias
Bolsonaro subestimou a gravidade do Covid 19 chegando a afirmar em pronunciamento
em cadeia nacional de televisão que se contraísse a doença, não passaria de uma
gripezinha. Tem causado por diversas vezes aglomerações sem seguir as
recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS), como por exemplo, o uso de
máscara. Aliás, isso é o de menos.
Estamos há 43 dias sem ministro da
Saúde com a troca de dois titulares da pasta em plena pandemia por mera intransigência
de Bolsonaro em querer impor a Cloroquina como tratamento para o Coronavírus, que até então, não há nenhuma
evidência científica que comprove a eficácia do medicamento, que pode provocar
efeitos colaterais graves, como AVC, e até mesmo cegueira.
Cegueira que aliás é o que o governo atual
vem tendo em não apresentar um plano nacional estratégico de enfrentamento à pandemia,
chegando ao ponto de se eximir de
responsabilidade, alegando que o STF (Supremo Tribunal Federal) determinou que
estados e municípios tivessem autonomia para implementar as políticas publicas
de enfrentamento ao Coronavírus, o que foi refutado pela Suprema Corte
O Governo Federal tem sim responsabilidade,
não pode se esquivar de uma crise dessas. É urgente e necessário que tenhamos um
novo ministro da Saúde comprometido com a causa, sem viés ideológico, e que seja
uma indicação técnica e não política. O atual interino da pasta Eduardo Pazuello
sequer é da área da saúde.
Claro, não só são os governos a terem
responsabilidade, cada um deve se conscientizar e fazer a sua parte, lavando as mãos de maneira
adequada, usando máscara, evitando ao máximo sair de cair de casa, contribuindo
assim com o distanciamento social e também se for o caso, denunciar aqueles que
infringirem as regras determinadas pelo poder público.
Enquanto o novo normal não chega, porque
sabemos que o “nosso” normal talvez não
venha mais ser uma constante em nossas vidas, sonhemos com dias melhores, livre dessa doença
que afetou a todos, acentuou as desigualdades, mas que pode nos deixar mais fortes
e quem sabe, mais verdadeiramente humanos.
Crédito Foto: Josue Damacena