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segunda-feira, 21 de março de 2016

Artesãos: Histórias de vida que se fundem com a arte

Hoje (19/03) se comemora o dia daqueles que com suas mãos ou outras partes do corpo exercem sua arte. A Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul e a Secretaria de Cultura, Turismo, Empreendedorismo e Inovação homenageiam os cerca de 3.600 artesãos do estado cadastrados no Sistema de Informações Cadastrais do Artesanato Brasileiro (SICAB) e aos aproximadamente 1.500 de Campo Grande e tantos outros que ainda não estão identificados, mas que exercem o ofício.
Luiz
De uma adversidade, surge oportunidade de recomeço para o artesão Luiz Mauro. Foto: Edemir Rodrigues
A história de vida se funde com arte numa harmonia perfeita em que muitas vezes o fazer artesanal se torna para muitos mais do que geração de renda, mas possibilita um empoderamento pessoal, onde até mesmo a adversidade acaba resultando em oportunidade, como é o caso do artesão Luiz Mauro dos Santos, que ao trabalhar por vinte anos como segurança, resolveu procurar emprego como açougueiro, e ao chegar para o dono do estabelecimento pedindo trabalho este lhe falou que quando seu Luiz fosse dizer quais os tipos de carne que haveria no açougue, o cliente já teria ido embora ao constatar sua cagueira.

Dali para frente, seu Luiz tomou uma decisão de nunca mais trabalhar para ninguém e que daria um jeito de sobreviver sem ter patrão. Foi quando surgiu à ideia de trabalhar com artesanato. Inicialmente começou confeccionando emas de pinha e a criatividade foi surgindo até o artesão se tornar especialista no entalhamento em madeira, confeccionando diversos tipos de trabalho, como bancos artesanais, boizinhos e casinhas temáticas em madeira, tudo num cuidado e esmero, “está tudo na minha cabeça, não anoto nada”, diz Santos, orgulhoso de suas obras. Hoje vive só com a renda do artesanato e diz estar satisfeito trabalhando nesse ofício e fazendo o que realmente gosta.

Já dona Elisabeth Marques, mais conhecida como Beth, de 59 anos, “mãe e vó solteira”, como se refere e 30 sendo artesã, diz que começou a trabalhar com artesanato justamente por que tinha filhos pequenos e não havia com quem deixá-los, por isso resolveu criar peças em argila de forma autodidata. E assim começou seu ofício com muita dedicação, onde com a renda gerada criou seus dois filhos e netos, “o artesanato prá mim é também uma terapia, nem vejo o tempo passar”, diz com brilho nos olhos e numa alegria contagiante.
Elisabeth
A habilidade que nasce como dom nas mãos de Dona Beth. Foto: Edemir Rodrigues
Sempre sorridente e com seu neto de quatro anos ao lado, já também dando os primeiros passos no ofício, diz que não leva jeito para ensinar, e que um de seus filhos aprendeu olhando, “fez até faculdade fazendo artesanato”.  Ela se especializou em modelagem cerâmica fazendo onças de barro, já que é o animal que tem mais saída diz ela, e também imagens de santos. Em média faço 50 peças de santos por mês e 20 onças pequenas por dia, que comercializo  de R$ 12,00  a R$ 1.500,00”. Também falou dos parceiros, como a Fundação de Cultura e o Sebrae, que dão suporte aos artesãos para que possam ter sucesso no negócio. “São parceiras importantes por que sem elas, talvez inviabilizasse nosso negócio”.
Lourdes
Outra perspectiva com a arte na melhor idade. Foto: Edemir Rodrigues
Já Dona Lourdes Pedrão, 67 anos, encontrou o artesanato na melhor idade e há oito anos se dedica a ele. Depois de trabalhar por muito tempo como comerciante agora se vê permeada com cabaças, sementes, fibras que resultam em galinhas coloridas e artes com São Francisco. Diz que o apoio que a Fundação de Cultura proporciona é fundamental para alavancar o negócio, “uma assistência excelente com suporte às feiras, oficinas, na divulgação, quero agradecer de coração a todos os envolvidos nesse processo”.
O artesanato do estado também vai além-fronteira, muitos artesãos estão descobrindo no comércio eletrônico, uma forma de escoar e divulgar seus produtos. A artesã Lucimar Maldonado além de vender sua produção basicamente feita com fibra para as lojas de artesanato espalhadas pelo país, também fez parceria com a Tok Stok, loja eletrônica especializada em decoração e diz ter dado muito certo, apesar dos vários meses de negociação para fechar o contrato e no momento está negociando com a WWF Brasil para que suas peças também sejam comercializadas por lá. Também diz que o sucesso de seu trabalho vem da parceria com outros artesãos, o que agrega valor ao se trabalhar em conjunto. Maldonado diz que é possível viver só de artesanato, “quando se leva a sério o trabalho dá para viver só com isso, conheço pessoas que pagaram inclusive faculdade para seus filhos”, constata.
Lucimar
O artesanato levado além fronteira pela artesã Lucimar Maldonado. Foto: Edemir Rodrigues
Para a gerente de artesanato da FCMS Katienka Klein, o artesanato além de representar a cultura sul-mato-grossense em suas peças, “também gera renda direta para a população, sendo que a maioria dos artesãos vivem do fazer artesanal”, frisa. E ainda, segundo Klein, o que diferencia o artesanato daqui com outros estados é justamente  o referencial cultural, como a fauna e a flora, carros de boi, e ainda “com o artesanato indígena que é muito forte em Mato Grosso do Sul com a produção  das tribos  Kadiwéu, Guató, Terena, Ofayé, Caiuá e Guarani”, ressaltou Klein
Amanhã (20/03) encerra-se a II Feira de Artesanato Mãos Arteiras na Sede da Ferrovia, ao lado do Armazém Cultural. Vale a pena conferir a produção do artesanato feito no estado. A feira  fica aberta ao público das 14 às 22h. Todos os artesãos citados na reportagem comercializam seus trabalhos na Casa do Artesão, localizada na Avenida Calógeras, 2050 no cruzamento com a Afonso Pena, no centro de Campo Grande.

sábado, 19 de março de 2016

Páscoa; tempo de recordar, reviver, elaborar

Novamente iremos passar por mais uma Páscoa. Só lembrando que o grande significado é a ressurreição do Senhor, onde a Vida venceu a morte. Depois do terceiro dia veio a luz e a escuridão das trevas foram dissipadas. É um grande momento para novamente podermos recordar esse momento da Paixão de Cristo e de revivermos com Ele essa luta pela vida eterna que tanto almejamos e a partir daí elaborarmos um novo modelo para nossas vivas em harmonia com aquilo que o mestre tanto pregou e nos mostrou com suas atitudes.

É importante que essas reflexões sejam profundas, que busquemos no íntimo de nosso ser aquilo que mais nos perturba e afasta do modelo ideal de vida vivido pelo Mestre. Em dias em que já não temos a certeza do certo ou errado, em que a justiça parece falhar e de que estamos sem rumo, é crível estabelecermos um ponto de partida, onde possamos passar pela tempestade sem perdermos a ternura e a fé. Para ter fé em tempos em que deuses proliferam em nosso meio nos chamando a sermos seus seguidores, é preciso mais do que nunca renovar a confiança Naquele que nos deu a vida para nos salvar.

Temos a opção por meio do livre arbítrio de crermos Nele ou não, mas se formos para crer, que seja realmente prá valer e verdadeiramente, e que nossas atitudes demonstrem isso. A fé passa necessariamente pela nossa vivência de vida. Me faz lembrar aquela música "não adianta ir na igreja e fazer tudo errado", sim, até porque não é igreja, nem padre ou pastor ou quem quer que seja que salva. A salvação vem do alto, mas  acontece por meios de nossas ações cotidianas. De nada vale bradar "Senhor, Senhor", se nossas atitudes estão longe do ideal de Cristo. Agora mais do que nunca é tempo de estabelecermos uma conexão com o divino, de entregamos nossa vida a Cristo para Nele experimentarmos já na terra a vida eterna. Nascemos luz, mas muitas vezes caminhamos em direção às trevas. Oremos e vigiemos portanto para que as tentações mundanas não nos afaste do verdadeiro e inefável Amor.

domingo, 13 de março de 2016

A vida é movimento. E movimento circular

Já parou para notar que mesmo parado estamos em movimento. Claro, com a rotação da Terra, nos movemos sempre e lentamente, e por isso nossa vida está sempre se movimentando em círculos. Não é a toa que dizemos, "hum, fechei um ciclo", ou  "estou num circulo vicioso". A verdade é que sim, os círculos fazem parte de nossa vida e temos que nos atentar a eles.

É preciso que os bons círculos sejam preservados, sejam eles os círculos de amizade, familiares,  de trabalho. Muitas vezes sou questionado como lidar com cada um deles e digo que é sempre preciso ter prudência e discernimento. Uma das dicas é não agir por impulso e ouvir mais do que falar. Em meu trabalho tenho usado o mantra "menos é mais". Simples assim, menos fofoca, falatório, diz-que-me-disse, menos reclamações.

Sim, quando você para de reclamar de tudo e de todos principalmente no ambiente de trabalho, sua vida melhora mesmo. Costumo dizer que o negativo atrai o negativo e se temos a opção de fazer e pensar positivo, por que então não agir positivamente. Temos que nos policiarmos quanto a esses detalhes cotidianos, pois eles fazem toda a diferença. Somos energia, é preciso estar atendo quanto ao tipo que emitimos e recebemos, pois isso será crucial para nossa elevação ou derrocada.

Comece a pensar que você está numa circunferência, e que se transitar sobre ela, vai passar novamente naquele ponto. Há o ditado que diz que até as pedras se encontram...Desta forma, se nossos caminhos são circulares, é claro que você irá passar por um ponto de solução e num ponto de problema, aí basta decidir o que quer para si, continuar eternamente girando num circulo vicioso, ou nesse transitar, construir novas possibilidades que lhe permitam alcançar sempre o que deseja. E aí tem outro ponto a se destacar; o que você tem desejado? Esse desejo corresponde realmente ao que quer? Ou ao que os outros querem? Não deseje o desejo dos outros. Seja autêntico e busque aquilo que realmente quer. E não se esqueça, a vida é movimento, e movimento circular, mesmo parado irá se movimentar seja para o positivo ou negativo. Aí é com você!