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terça-feira, 17 de novembro de 2009

Preconceito Subliminar

Ao assistir ontem (16/11) capítulo da novela global de Manoel Carlos "Viver a Vida", há que se refletir sobre o preconceito subliminar estampado nas cenas das personagens Helena, interpretada pela atriz Thaís Araújo e Tereza interpretada por Lilia Cabral. Quando o autor da novela se propôs a colocar uma personagem negra protagonizando a novela e lhe dando o papel de uma de suas paixões platônicas "Helena", a princípio louvamos a atitude do autor em quebrar as barreiras da raça em um país preconceituoso.

Mas, ontem caiu por terra toda a iniciativa do referido autor, quando submete a personagem de Thaís Araujo, a se humilhar de uma maneira vil perante a personagem branca de Lilia Cabral. A cena estarrecedora em que Helena de joelhos recebe uma bofetada, passou-se a idéia de que os negros sempre terão que se submeter aos brancos e a suportar passivamente as humilhações que estes lhe causem ou venham causar. E mais, quando a Helena é acusada de ter abortado um filho para alavancar carreira e atribuí-se a morte como trampolim para o sucesso, é como se dissesse subliminarmente aos negros que estes já nasceram fadados ao fracasso e que sempre haverá algo que justifique o sucesso de poucos que não seja a competência destes.

Ora, é muito grave que a mídia, em especial a televisiva que continua a ser a mais influente entre os brasileiros, ainda insista em propagar idéias que estimulem atitudes que gerem preconceito. Aos incautos que não se atêm a essas armadilhas subliminares totalmente reprováveis, é preciso que não se narcotizem mas que se ponham a pensar sobre todas as informações que lhe são repassadas, inclusive as do entretenimento.

É preciso estarmos atentos a todo tipo de estímulo que recebemos, para não subvertermos valores morais, éticos e cristãos. Estamos num país que infelizmente ainda não se conseguiu uma educação de qualidade que condicione a consciência dos cidadãos para a exigência de seus direitos e ciência de seus deveres. E a mídia prefere continuar a subestimar a inteligência do povo, quando poderia ser uma aliada da cidadania.

2 comentários:

  1. É por isso que não assisto mais novelas....
    não acrescentem na cultura do brasileiro

    apenas influenciam negativamente! uma lástima

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  2. Desisti de novelas fazem uns 15 anos, e da TV aberta um pouco menos. Ao menos na TV por assinatura posso escolher um canal somente de documentários, ou filmes ou outra bobagem qualquer.... menos novelas. Além de não acrescentarem nada... mas nada mesmo ... ainda criam estereótipos: ninguém trabalha, as casas dos pobres são lindas, decoração de interiores charmosos, os negros deixaram de ocupar posições inferiores (mecânicos, garçons, porteiros... ) há bem pouco tempo. Nem me lembro mais o nome da novela em que Milton Gonçalves interpretava o psiquiatra ou analista da problemática filha do Lima Duarte. Acho que foi a primeira vez que vi um ator negro em um papel que não fosse "trabalhador braçal".

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