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terça-feira, 9 de dezembro de 2008

A tentação de marx. A dialética dos discursos sociais

Quando os governos anunciam mais um programa que irá beneficiar determinados segmentos da população, principalmente os de menor poder aquisitivo, cria-se toda uma expectativa e por conseguinte, especulações.
O governo Lula ao criar o Bolsa Família, que na verdade é um programa semelhante do governo anterior (FHC), houve muito alarde de que este teria características eleitoreiras, como de fato há em alguns municípios, principalmente das cidades nordestinas.
Mas um artigo do Ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias, publicado em nove de novembro de 2008 pela Folha de São Paulo com o título Bolsa Família: arma contra o eleitoralismo, contesta com veemência que o programa tenha sido usado para fins eleitorais. “...Nos cem municípios com maior percentual de beneficiários, o índice de reeleição dos prefeitos seguiu a média nacional. Ao analisar também os partidos vencedores, o fato de serem cidades contempladas pelo programa não significou favoritismo do PT: o partido lançou nesses lugares dezesseis candidatos e elegeu quatro, escreveu o ministro, e mais adiante argumenta: “[...] O Bolsa Família foi construído dentro de um processo republicano e democrático, em parceria com todos os governos estaduais e municipais e com os conselhos de assistência social. [..] O Bolsa Família marca, ao lado de outras ações governamentais, a era em que as políticas sociais deixam o campo do clientelismo para ancorar no porto das políticas públicas normativas, com critérios, transparência e prestação de contas”.
Porém diria Parmênides; nem toda ação política, é uma ação ética. Basta olharmos para as alianças que são feitas, os conchavos, as trocas de favores para que projetos sejam aprovados, assim como foi com o Bolsa Família. E aí o que parece ser uma solução, torna-se apenas aparências paliativas para as mazelas sociais.
Agora partindo do ponto de vista marxista que pode-se resumir em quatro conceitos: luta de classes, mais-valia, revolução socialista e materialismo histórico, os programas sociais, em destaque o Bolsa Família, pode ser caracterizado como assistencialista, já que não há contrapartida daqueles que recebem o benefício, o único compromisso é manter os filhos na escola, em que não há controle eficiente, caracteriza o dito popular “Não dê o peixe, ensine a pescar”. Neste caso, apenas se dá o peixe. Mark diria que esses programas seriam uma forma de redenção da burguesia ao proletariado, que aliada ao poder público, alivia a “consciência” ao distribuir “renda”.
Os governos ainda insistem em políticas públicas com programas sociais que costumam ser ineficientes, por não atacar diretamente as causas das mazelas, fixando-se apenas em medidas paliativas.
A educação tem sido um forte exemplo de como as políticas são frágeis. Os discursos governistas são uníssonos ao declarem que a educação pode resolver as desigualdades sociais.
Mas na prática, o que se vê, é que para aqueles que estão à frente dos poderes públicos, os números valem mais do que a qualidade na educação.
O que se vê é que aumentou o número de alunos em escolas, mas a formação destes está seriamente comprometida, conforme indicou pesquisa recente, em que alunos da quarta série do ensino fundamental tem o mesmo conhecimento daqueles que estão na primeira série. A atual pública pedagógica é de facilitar o máximo a aprovação dos alunos.
Qual seria a reação de Marx ao ler a conclusão do artigo acima referenciado assinado pelo ministro; [...] Os programas sociais implantados pelo governo federal agrupados e articulados pelo Bolsa Família, estão assegurando às famílias pobres do país, entre outros direitos, o direito humano à alimentação e a escapar da pobreza absoluta. As pessoas não precisam trocar o seu voto por um prato de comida, um par de sapatos, um bocado de tijolos. Talvez ele (Marx) desistiria de implantar o socialismo.

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